Resolução Numérica de EDPs
Uma equação diferencial parcial (EDP) é um tipo de equação diferencial usadas para formular, modelar e estudar problemas de dimensões múltiplas (x, y, z, ...). As EDPs são os modelos matemáticos mais utilizados na ciência e na engenharia. Uma EDP contém uma
função incógnita de duas ou mais variáveis e suas derivadas parciais em relação a
essas variáveis. A ordem de uma EDP é a ordem da mais alta derivada presente e uma solução de uma EDP é qualquer função que satisfaça à equação
identicamente.
As classificações mais importantes de uma EDP relacionam-se com duas características, que são linearidade e geometria. Consideremos uma EDP de segunda ordem e bidimensional (x e y). A sua equação geral é:
A linearidade desta equação é definida da seguinte forma: toma-se duas soluções da equação (u1) e (u2); a equação é linear se u = u1 + u2 também é solução da equação. A linearidade é uma propriedade desejável em muitos problemas, pois permite a evolução temporal de um de um estado inicial arbitrário u(x,0) em termos de evolução temporal de um conjunto de funções simples conhecidas. A figura abaixo classifica as EDPs bidimensionais de segunda ordem com respeito à linearidade:
FIGURA 1: Linearidade de EDPs bidimensionais de segunda
ordem
Fonte: Paulo Brito, Métodos numéricos adaptativos para a
resolução de modelos multidimensionais em engenharia química. Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/15482/1/
Tese%20doutoramento_Paulo%20Brito.pdf>. Acesso em 03/09/2017
Outra classificação
que devemos estudar é a que diz respeito à geometria da equação, que é baseada
no valor do determinante Δ (Δ = B2 – 4AC). Podemos observar essas
classificações pela figura a seguir:
FIGURA 2: Classificação quanto à geometria
Fonte: Paulo Brito, Métodos numéricos adaptativos para a
resolução de modelos multidimensionais em engenharia química. Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/15482/1/
Tese%20doutoramento_Paulo%20Brito.pdf>. Acesso em 03/09/2017
A
importância da classificação quanto à geometria se dá pelo fato de diferentes
tipos geométricos de EDPs apresentarem soluções que possuem comportamentos
distintos.
EDPs podem ser resolvidas de forma analítica e
numérica. Na resolução analítica, a exatidão dos resultados constitui uma
grande vantagem, porém, os métodos analíticos disponíveis (transformação de
variáveis e transformadas integrais) servem apenas para a resolução de EDPs
lineares, o que não ocorre na grande maioria dos problemas na ciência e na
engenharia. Assim, torna-se indispensável a utilização dos métodos numéricos
para resolução de problemas que envolvem EDPs.
Método
das diferenças finitas:
Para a resolução de EDPs pelo método das
diferenças finitas, elucidaremos três tipos de EDPs: parabólicas, hiperbólicas e
elípticas. O método é valido para as seguintes condições:
i)
EDO não linear;
ii)
Condições do fronteira dependentes do tempo;
iii)
Meio não homogêneo ou isotrópico.
Para aplicar o método das diferenças finitas
para a solução de uma função Φ(x,t), deve-se dividir o domínio do problema em retângulos
uniformes de lados Δx e Δt:
FIGURA 3: Divisão do domínio em retângulos uniformes
•
Para uma EDP parabólica, temos:
Usando
diferenciação por diferenças finitas para Δt e central para Δx, temos:
Fazendo r = Δt/k(Δx)² e
isolando Φ(i,j+1), temos:
A
equação 3 é a equação final do método das diferenças finitas para EDP
parabólicas.
•
Para uma EDP hiperbólica:
Aplicando
diferenciação, temos:
Fazendo r = (vΔt/Δx)² e
isolando Φ(i,j+1), temos:
•
Para uma EDP elíptica:
Aplicando
diferenciação, temos:
Substituindo
(8) e (9) em (7), isolando Φ(i,j) e fazendo manipulações adequadas, temos:
A
equação (10) é conhecida como equação de Laplace.
Referências:
CHAPRA,
S. C.; CANALE, R. P.; Métodos Numéricos para Engenharia, Tradução da 5ª Edição,
AMGH Editora Ltda., Porto Alegre, 2011;
BRITO,
P. M.; Métodos Numéricos Adaptativos para a Resolução de Modelos Multidimensionais
em Engenharia Química, 2010. Disponível em: <https:// estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/15482/1/Tese%20doutoramento_Paulo%20Brito.pdf>.
Acesso em 03/09/2017.
Comentários
Postar um comentário